'Não era a vaidade que a atraia para o espelho, mas o espanto de descobrir-se" (Milan Kundera)
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Céu
De gole em gole engulo a vida.
Você se atreve em ser azul.
Eu me atrevo em ser lida.
Você consola em dizeres molhados.
Eu me perco em choro seco.
A chuva foi embora, e você ficou.
Encharcou meu corpo nu.
Não adianta ser santa ou ser chuva,
enquanto a reza for muda.
A rua ficou imunda com tanta água,
e tanta lama, e tanto nada.
Nada.
Há uma tempestade lá fora de gente indo embora,
mas ela ficou e me chamou aqui.
Cá estou eu.
Com olhos molhados, e o céu pingando.
O céu está cansado de tanto ser você.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Mariaaana, ói eu aqui =)
Atreva-se sempre em ser lida (percebi um hiato de vários meses nas postagens), pois seus escritos são massa!
Depois volto para fazer mais comentários pertinentes (haha), vou passear em períodos curtos. Grande abraço,
Sarah
O céu e o resto
molhados de tanto...
...
-É passar diretamente do sólido e do peso para o ar e sua leveza...
ou o inverso...
Postar um comentário