Simples assim. Eu vejo sua alma e tudo me parece muito familiar. Penso em recorrer ao passado pra fazer você enxergar o novo, ou o vulgar. Mas, você insiste na simplicidade e agora me convenceu. As pegadas na areia da praia sempre me parecem mais bonitas. Eu vejo a lágrima que escorre do destino, mas você não a vê. Teus passos são em asfalto e você não sente o calor que queima teus pés. Glória aos deseperados que não sabem do equilíbrio!
Os nossos novos dias são sobre o ontem, embora o ontem já tenha ido. Agora eu procuro encher minhas malas de fé, pessoas e travesseiros, todos com o meu cheiro que dizem ser. As pessoas, conheço algumas e são todas improváveis. Será que me tornei tão cruel assim? Melhor ter os dedos calejados de tanto escrever do que a alma com tamanhos calos. Escrevo para afogar cada pedaço em cachaça pura e destilada. Escrevo, pois já nao sei fazer mais nada.
Agora até gosto da solidão. Ela me transporta para outras vidas, embora eu sei que dificilmente serei só. Este é um caminho que não me cabe. Esta é uma esperança que não é minha.
Hoje algumas notas latejam em meus dedos, e eu sei que já escrevi sobre isso. Tenho o ego agitado em meus pulmões, e eu suspiro, pois só assim sei ser vivo. Todas as verdades foram trituradas e eu reconstruo novos pilares.
Não posso ter medo de ir. Ir sempre é mais interessante. Serei jovem, serei zero, serei tudo, serei o que for, mas vou. Mas, não devo cair como Ícaro, devo ter asas maiores e melhores, embora eu ainda nem as tenha. Sentirei saudades minhas e ainda estarei em outros portos, outros morros. Simples assim: sou eu quem consegue ler tua alma, mas você finge estar em braile e desaparece, prefere provar de outras felicidades e acrescentar novas bebidas coloridas ao coringa.
'Não era a vaidade que a atraia para o espelho, mas o espanto de descobrir-se" (Milan Kundera)
quinta-feira, 25 de março de 2010
Naftalina
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3 comentários:
Necessárias essas pequenas mortes e essas mutilações de deixar pelo caminho pedaços que não nos pertence mais.
Esse seria uma continuação do post anterior? Está criando uma história?
Abraços.
Simples assim. Eu vejo sua alma e tudo me parece muito familiar. Penso em recorrer ao passado pra fazer você enxergar o novo, ou o vulgar. Mas, você insiste na simplicidade e agora me convenceu.
- Você me convenceu com isso!
Sem mais para hoje.
Abraços,
Rafa.
Não sei se é uma continuação consciente. Mas quem sabe...?
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