domingo, 29 de junho de 2008

Um mar de rostos

Deixe que os imorais usem suas máscaras.
Não faz sentido rir quando se chora.
Arranque minha segunda pele.
Ferva meus sentidos, como outrora fazia.
À noite a minha máscara caiu.
Melhor assim.
Arranquei sem querer, e por querer deixei no chão.
Sem rimas, sem prosa, só texto.
Hoje eu me conto, amanhã só lembrança.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Olhos tapados


Debaixo do tapa-olho vermelho
meus sentimentos escorrem pela pele seca.
Arrastam minhas dores,
limpam meus pecados,
escondem meus horrores.
Sou eu.
Debaixo daquela lua inconformada
encontro a pontuação final maldita, mal dita.
Entretanto algo melhor me ocorreu.
É você.
Meu calor e minha solidão.
Meus tons antigos e renovados.
Meu cheiro e meu tato.
Debaixo do presente,
escorre meu futuro,
por entre meus fios de cabelo
e sobre a minha boca.
Minha pele já não está seca,
e meu tapa-olho já não está úmido.
É você.