'Não era a vaidade que a atraia para o espelho, mas o espanto de descobrir-se" (Milan Kundera)
sábado, 18 de dezembro de 2010
Suas palavras
domingo, 7 de novembro de 2010
Pensamento
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Terceto
Te encontro na terceira dobra da vida,
no terceiro caminho, na terça parte da linha.
Sou o terceiro corte do teu destino, e te dou meu três.
Sou três mil pedaços quando parte, ou me parto quando estás em pedaços.
Não cheguei à terceira praia por pura satisfação, por deitar três vezes em ombros teus.
Não preciso estar à três mas me encontro em formas triplas de viver.
Desse jeito as três palavras são só clichê,
E você é só outra forma de dizer.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
A menina e as flores
sexta-feira, 23 de abril de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
Naftalina
Simples assim. Eu vejo sua alma e tudo me parece muito familiar. Penso em recorrer ao passado pra fazer você enxergar o novo, ou o vulgar. Mas, você insiste na simplicidade e agora me convenceu. As pegadas na areia da praia sempre me parecem mais bonitas. Eu vejo a lágrima que escorre do destino, mas você não a vê. Teus passos são em asfalto e você não sente o calor que queima teus pés. Glória aos deseperados que não sabem do equilíbrio!
Os nossos novos dias são sobre o ontem, embora o ontem já tenha ido. Agora eu procuro encher minhas malas de fé, pessoas e travesseiros, todos com o meu cheiro que dizem ser. As pessoas, conheço algumas e são todas improváveis. Será que me tornei tão cruel assim? Melhor ter os dedos calejados de tanto escrever do que a alma com tamanhos calos. Escrevo para afogar cada pedaço em cachaça pura e destilada. Escrevo, pois já nao sei fazer mais nada.
Agora até gosto da solidão. Ela me transporta para outras vidas, embora eu sei que dificilmente serei só. Este é um caminho que não me cabe. Esta é uma esperança que não é minha.
Hoje algumas notas latejam em meus dedos, e eu sei que já escrevi sobre isso. Tenho o ego agitado em meus pulmões, e eu suspiro, pois só assim sei ser vivo. Todas as verdades foram trituradas e eu reconstruo novos pilares.
Não posso ter medo de ir. Ir sempre é mais interessante. Serei jovem, serei zero, serei tudo, serei o que for, mas vou. Mas, não devo cair como Ícaro, devo ter asas maiores e melhores, embora eu ainda nem as tenha. Sentirei saudades minhas e ainda estarei em outros portos, outros morros. Simples assim: sou eu quem consegue ler tua alma, mas você finge estar em braile e desaparece, prefere provar de outras felicidades e acrescentar novas bebidas coloridas ao coringa.
terça-feira, 23 de março de 2010
Tremor de palavras
quinta-feira, 18 de março de 2010
Para não ler
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
A palavra que faltava
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Soneto Concreto
Palavra por palavra eu alcanço
minha exatidão num verso seco.
Nesta estrofe que parece muda
eu desfaço minhas bordas de abstrato.
Soneto por soneto eu vou fugindo
da minha loucura em gole puro.
Da minha cachaça sem limão ou sal.
Das minhas metáforas sem graça.
Estação por estação eu me perdoo
pela teimosia em misturar
versos doces com água do mar
esperando acreditar que desta vez
mais perto estarei
de um soneto irregular.
(ainda não aconteceu)