terça-feira, 8 de novembro de 2011

O dia em que o amor morreu

Peguei os lençóis molhados de suor e coloquei ao sol. Naquele mesmo dia havia a dor de um amor partido, então era preciso secar as coisas, inclusive os lençóis. Na manhã, ainda com o sol a pino, algumas lágrimas molharam lençóis meus e embora já se passem algumas semanas eles ainda não secaram. Precisei ter força para levantar os lençóis até a corda e pendurá-los. Naquele mesmo dia o amor foi rompido e se transformou em nada. Foi preciso ter pressa, porque era preciso fugir dali e viver. Foi preciso tirar do corpo as outras marcas e desenhar novas. Era preciso ter pressa, porque tudo lhe dava náuseas, lhe enchia de desprazer e havia outra vida, havia outros lençóis, havia outro você. Era preciso ter pressa, então na tarde daquele mesmo dia, enquanto um chorava e morria, o outro ria. E, assim, desse jeito, um amor se desfez.