domingo, 14 de setembro de 2008

Poeira nos olhos


Minha bebida inquieta.
Meus advérbios inseguros.
Meus dramas, minhas virtudes.
Tudo misturado nas mesmas páginas.
Minha dor de ser só eu.
Minhas canções repetidas.
Os passos que não escuto.
A poeira de Testut.
Ritmo impreciso.
A surpresa que nunca chega.
O tempo venceu e a distância celebrou.
Meus pronomes urbanos,
meus passos de asfalto,
minha direção errada.
Meus pés me levam para longe,
pois meus verbos não souberam convencer.
Minhas mãos ficaram livres,
pois minha pele não soube seduzir.
Meus olhos choveram,
e ainda não aprenderam a nadar.

Um comentário:

Thalita Castello Branco Fontenele disse...

:~

Fez chover nos meus,
e também vou me afogando.

Lindas palavras, Mar, lindas...
Também porque se assemelham ao que sou, ao que estou. Choque ao encontro de si nos outros, lágrimas.

Um beijo.